Muito se tem falado em mudanças pessoais, em se fazer uma reforma interior, porém, algumas pessoas desistem desse projeto quando percebem que seus esforços não estão dando certo ou quando a “dor” do contato consigo aparece juntamente com culpas e autopunições.
Reforma interior é um processo gradual de autoaprimoramento. É a reforma do nosso Eu. Não é se transformar em outra pessoa e sim “educar” nossos sentimentos e comportamentos para sermos pessoas melhores e mais felizes. Mas é preciso coragem para abandonar velhos hábitos e comportamentos, além de mudar alguns conceitos que há muito fazem parte das nossas vidas. Toda reforma interior envolve dores que são naturais ao crescimento pessoal devido a todo um conjunto de mudanças com perdas e ganhos, vitórias e derrotas. Outras dores são produzidas pelo próprio indivíduo devido à falta de habilidade em lidar com a sua subjetividade. Saber diferenciar quais dores são naturais do processo de crescimento e quais são as produzidas por esta falta de habilidade torna o processo mais leve.
Algumas pessoas têm dificuldades ao perceberem que seus esforços não estão dando resultados. Embora reconheçam seus empenhos em vigiar seus pensamentos e comportamentos, muitas vezes se distraem e repetem as mesmas atitudes indesejadas. É neste momento que se instala um conflito emocional onde predominam sentimentos como culpa, frustração, incapacidade, impotência, etc., que causam muita angústia. Surgem questionamentos sobre o porquê do conflito, sobre o porquê por vezes não conseguir evitar tais comportamentos indesejáveis. Para responder estes questionamentos é necessário fazer uma reflexão com muita honestidade, muita transparência, deixando a negação de lado. É importante verificarmos qual é a nossa intenção quando cometemos tal atitude indesejada e quais são os sentimentos envolvidos. O que não devemos fazer é nos culpar e punir. Devemos aceitar nossas imperfeições e corrigi-las. O perfeccionismo atrapalha e a culpa não constrói. Devemos levar em conta que errar é humano e que não somos perfeitos, evitando, assim, a autopunição e o martírio no processo de crescimento.
É importante identificarmos todos os conteúdos subjetivos/inconscientes que nos atrapalham em nossa caminhada para sabermos lidar melhor com nossos sentimentos, emoções, e não desistir. Desta forma, poderemos nos fortalecer para enfrentarmos melhor os problemas do dia-a-dia e também conquistar uma relação mais saudável com o outro e com nós mesmos.