Dizer “não” é uma dificuldade relativamente comum, que pode causar prejuízos diversos e até sofrimento pessoal. Muitas pessoas dizem que são abusadas devido a sua “boa vontade” e sentem-se diminuídas por isso. Mas, mesmo com esta consciência, sempre dizem sim.
Quando uma pessoa é prestativa e tem consciência do seu desejo em ajudar, sem ter contrariedades, onde o “sim” é realmente um “sim”, não há maiores problemas. O problema surge quando o “sim” é dito no lugar do “não”, motivado por sentimentos que contrariam os próprios desejos e opiniões.
Esta dificuldade em impor limites, sempre concordando, ocorre nas situações do dia a dia. Alguns exemplos: fazer um favor que julga ser indevido; conceder um empréstimo sabendo que não irá receber; aceitar um convite sem ter a mínima vontade; etc.
Diversos motivos podem levar uma pessoa a dizer sempre “sim”, mas, com certeza, eles estão associados a sentimentos como culpa, rejeição, pena, submissão, solidão, insegurança, desaprovação, medo, etc. Estes sentimentos ocorrerão de acordo com as características individuais de cada pessoa.
Muitas fantasias são criadas. Alguns acreditam que para serem aceitos, amados e bem queridos não podem se posicionar contrariamente ao outro. Devem ser sempre agradáveis, prestativos, atenciosos e concordar com tudo. Assim, creem que isso lhes garantirá que nunca serão rejeitados, criticados ou irão se indispor com alguém. Terão sempre a aprovação do outro.
No caso dos pais em relação aos filhos, esta dificuldade também pode se fazer presente. Há pais que não conseguem dizer não aos filhos. Compram tudo que os filhos querem, realizam todos os desejos e permitem tudo sem conseguir colocar limites. Normalmente, aí estão incluídos os sentimentos de culpa e pena entre outros possíveis. Contudo, crianças que crescem sem limites, provavelmente, se tornarão adultos sem limites, o que não é recomendável. Nestes casos, dizer “não” também é amar.
É importante saber que quem gosta de você não vai te desconsiderar por um simples “não”. O ideal é o equilíbrio entre o “sim” e o “não”, onde ambos têm o mesmo valor.
Não existe uma “fórmula” ou uma “receita” para que se aprenda a dizer “não”. O interessante é que a pessoa com esta dificuldade se questione sobre o que significa para si dizer não ao outro e quais são seus sentimentos envolvidos. Assim, aos poucos, este autoconhecimento adquirido irá fortalecer a própria confiança, segurança, autoestima, e, como consequência, a valorização das suas necessidades e prioridades.
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